quinta-feira, 25 de março de 2010

Frustração...

Eu queria blogar mais, mas não da tempo, so lembrei que o blog existe por que tava lendo um outro blog...ai vim aqui afirmar pra mim mesmo que o blog não morreu e eu ainda vou conseguir fazer postagens semanais...

sábado, 13 de março de 2010

Mais um gênio por ai

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A muito tempo atras falei de Genios atuais, não concordo mais com tudo que disse, na verdade concordo, mas não daria mais o titulo de genio, o titulo tem outro significado pra mim, mas que aquelas pessoas fazem tudo aquilo, fazem. Lembro-me de ter citado a Danny Baioco, gosto muito de suas poesias, mas ela não escreve mais, o fato é que andando pela internet achei mais um ( uma no caso ), lembro-me perfeitamente de estar na internet, nesse mesmo blog em que escreve ocasionalmente, e achei um outro blog, o "Count 0 Write 1" e li um texto, na época eu não prestei muita atenção, lembro-me de estar lendo um livro do Neil Gaiman, o "Fumaça e Espelhos", bem, no dia seguinte eu contei para alguns amigos sobre um conto do livro, de umas amigas que comiam carne humana, fui procurar no livro e não tinha esse conto, no esforço de lembrar onde eu tinha visto me lembrei de um nome, joguei no google e cheguei no blog "Dindivagando", o qual leio ocasionalmente desde então, mas o conto não estava la, eu precisava saber onde tava aquele texto, era muito bom, na mesma semana eu li o imenso historico e reencontrei o "Count 0 Write 1", e tava la o texto, e por alguns dias, na verdade 2, vi aquele blog como um livro, lendo texto por texto em ordem de postagem, e cara, é demais, os textos são todos otimos, depois de ler todos os textos postados até então começei a acompanhar o blog e ler todo texto novo postado até hoje. Por isso me sinto no direito de dizer que essa tal Lidia Zuin, a escritora do blog, é demais, não sei se um gênio, mas uma grande escritora é, tenho um vasto acervo no na memoria, ja li diversos livros ( muitos mesmo ) e ainda sim tenho os textos dela por referencia, sem palavras ela escreve muito muito bem, uma especie de Neil Gaiman, adoro os textos.
Achei que seria legal apresentar mais um Genio a vocês, e quem passar por essa pagina leia o blog dela que vale a pena, eu leio sempre que ela posta ( e as vezes releio alguns textos ), coloco aqui com, permissão da mesma, o texto que me apresentou o blog.


Banquete

Um cavalo-de-pau foi suficiente. A hangoover parou e de dois assentos pularam quatro garotas. A motorista, de cabelos acobreados, e as demais, que usavam perucas idênticas. O corte escolhido era chanel, as cores eram verde, laranja e amarelo. Já tinham entre suas unhas pintadas de grafite garrafas de álcool sabor blueberry. O líquido azul escorria pelo canto dos lábios do quarteto. A ruiva subiu na caçamba para retirar o plástico preto e revelar duas caixas de som que a alcançavam à altura dos ombros.
_Perfeito! - a outra ajeitou a peruca verde antes de pisar à borda do precipício. Imitou Cristo pelos momentos em que a brisa lhe tentava perfurar.
As garotas procuravam na estrada um lugar para assistir ao pôr do sol. Incrivelmente ele reluzia na cúpula cinzenta que encobre a cidade mais próxima, a qual haviam deixado há vinte minutos. A guitarra aguda e distorcida ecoou pelo silêncio do deserto, espantando um lagarto que resolveu espiar as oito pernas despidas. O riso foi abafado pelo vocal gutural; a garrafa contra o chão escondeu-se entre as cordas do baixo; o tiro da pistola elétrica sentiu-se tímido diante do sintetizador. As quatro descarregavam o paralelepípedo negro daonde sairía uma chama azul, alimentada por gás comprimido.
_Pega a carne. - enquanto uma afastava com a ponta da bota os pedregulhos que circundavam a fogueira artificial, a outra remexia na mala cheia de espetos metálicos.
Duas ficaram encarregadas de trazer a comida a ser preparada. O pacote era grande e pesado, feito de plástico escuro e brilhante. Precisaram se apressar para jogar um farrapo sobre o sangue que se espalhou pela caminhonete. Quase provocaram um curto circuito no sistema de som: sem música, não havia ritual. A banda comprimida em MP3 precisava continuar.
No chão, o embrulho se espalhou, demonstrando a fartura que as quatro garotas manejavam. Três ossos compridos revestidos de carne e tecido adiposo, dois pedaços circulares delineados por faca elétrica, duas outras sacolas preenchidas de carne desossada e embebida de sangue.
Dentro do veículo, havia um pote rosado, deliberadamente feminino. Lá havia creme hidrantante, mas agora era só sal grosso. Entre os dedos compridos e finos, as pedrinhas semitransparentes eram amassadas e direcionadas à superfície avermelhada da refeição ainda crua. Com as palmas, massageavam os pedaços suculentos até que absorvessem o tempero e tomassem gosto. Quinze minutos para preparar, meia hora para assar.
A de peruca laranja preferia carne mal passada. Antes de retirararem a comida do fogo, a gula da garota fisgou um dos espetos platinados. Tirou do coturno um canivete e do canivete, uma faca. Cortou uma tira de carne e sugou o sangue salgado antes de, enfim, mastigar a refeição. O resmungo quase libidinoso demonstrava sua apreciação. A de peruca amarela invejou e pediu um pedaço, mesmo não gostando de ter entre os dentes o líquido vermelho escurecido pelo fogo.
Banquete seja servido, com cerveja e vinho. Entre as pernas abertas, sem pudores com saia, o quarteto dispensou talheres para apreciar o churrasco com as próprias mãos. Sobre as cutículas, a gordura derretida escorria. Entre os dentes, fiapos de músculo se enroscavam. Uma delas se afogou com um pedaço cru e o cuspiu longe. As formigas, mais tarde, dariam um jeito. No fim das contas, ainda sobrava comida e elas já haviam se permitido vomitar por conta da glutonice. De barriga cheia e mãos ensanguentadas, repousaram a nuca sobre a areia. A lua substituiu a televisão.
_E agora? - a ruiva finalmente resolveu se pronunciar.
_Cala boca, senão vai te dar indigestão. - reclamou a de peruca verde.
Um arroto de consentimento. O CD sem looping finalmente cessou e o gás da fogueira também acabou. A devida sesta levou-as até a manhã seguinte, quando resolveram recolher os restos e livrar-se do lixo. Ficou por detrás de arbustos secos um pacote não muito bem fechado. Sem capricho feminino, elas chutaram longe o que não foi utilizado. Pelo precipício rolava, esférica, uma cabeça cheia de cabelos encaracolados. Por entre pedras fixas numa composição vertical, ficavam pedaços de pele, fios de pestana e sobrancelha. No fim das contas, o rosto desfigurado ficou a olhar para o sol e, assim como os demais compostos, outrora pertences, queimava-se com o fogo de cima.


by: Lidia Zuin


http://count0write1.blogspot.com/ ta ai o link do blog dela, acessem, vou coloca-lo no blog tambem, assim que der, para ficar marcado



Ass: Jocker