domingo, 17 de outubro de 2010

Bonifrate, Douglas MTC

O melhor até então. O que não pecou em nada. Posso comparar a um livro de Cornwell, narrativa com bastante ritmo e pontos de referência, sem muitas complicações na escrita, mas também nada perto do minimalismo, um leitor mais fluente deslancha pelo texto com uma facilidade e prazer admiraveis.

Mas o melhor mesmo, também igual os livros do Cornwell, é a historia, bem definida, sem muitas interrupções, original com elementos classicos do estilo, algo digno de referência a novos escritores e leitores do gênero.

Acho que o defeito esta na falta de descrição que não permite que o leitor se situe em tempo e espaço, e com isso não compreenda o porque aconteceu, o fique apenas com o que aconteceu.


De
Bonifrate, de Douglas MCT, roteirista de quadrinhos, desenhos e cinema, é uma interessante releitura de um conhecido clássico infanto-juvenil italiano dentro da linguagem e sensibilidade do New Weird – um novo subgênero da fantasia, tipificado pelo romance Perdido Street Station do britânico China Miéville, que incorpora elementos de realismo social urbano, ficção científica e muitas vezes (como neste caso) tecnologia e estética do século XIX ou steampunk. Também se ouvem ecos das batalhas metafísicas da trilogia Fronteiras do Universo, de Philip Pullman. O conto é sensível sem ser piegas e tira inspiração de um livro para crianças sem ser pueril. Deixa a desejar em detalhes, como a reviravolta forçada do epílogo, que exige demais da suspensão de descrença do leitor. Também ficaram sobrando certas alusões a notícias de época e personagens de ficção, que pendem como pontas soltas que não ajudam a avançar a trama ou caracterizar o cenário.


De
Tibor Moricz

Demorei um pouco a me adaptar à prosa um tanto quanto sui generis do Douglas (estilo próprio ou ainda procurando um?), mas acabei mergulhando de cabeça numa bela narrativa. FC ou fábula, com direito a Gepetto e Pinochio (figuradamente), a idealizações pré-programadas, lutas e busca por respostas.

De

Jrcazeri

Bonifrate – Douglas MCT: cruzando sentimentos profundos com ação, Douglas reconstrói uma fábula universal usando um cenário steampunk com influências de Matrix. Parece loucura? Não é, todos os ingredientes combinam perfeitamente, tal a engrenagem de um relógio, e o resultado é fantástico.



JOCkEr

sábado, 16 de outubro de 2010

As Noivas Brancas, Rober Pinheiro

Historia fraca, passa quase despercebida. Isso mais o uso de nomes "alienigenas" da a impressão de ser a transcrição de um epísodio, daqueles que servem somenete apra fazer número, daqueles seriados espacias tipo Startrek, BG.

A simplicidade também esta na escrito linear e sem o uso de nenhum recurso um pouco mais rebuscado, na verdade é mais simples do que poderia ser. O testo torna-se monotono e desinteressante, as cenas, abarrotadas de pequenas descrições, não prendem a atenção e são mal definidas com as ideias muito vagas que o narrador apresenta.

O grande problema é que este conto ficaria muito mais interessante como roteiro, pois conta muito com estimulos visuais, que o autor não soube transmitir, e com ação, que dificilmente conseguem ser interessantes na escrita. (uma perseguição policial é muito mais interessante em um filme que em um livro, com raras excessões)


Aqui vão outras criticas sobre o conto:
(Vale lembrar que eu li-as depois de ja ter escrito isso, não copiei, e nem tive influências)

De
As Noivas Brancas, do publicitário Rober Pinheiro, é um típico conto de ficção científica à moda das revistas pulp estadunidenses dos anos 1940, com direito a tiroteios com armas de raios, muita violência e mulheres (ou coisa parecida) bonitas e indefesas. Não inova no tema, nem no enredo – um anti-herói interestelar, líder de uma equipe de alienígenas estrambóticos, disputa um carregamento com uma quadrilha rival – mas vale pelos pormenores criativos e pela linguagem, atitude e ponto de vista do protagonista, verossímeis a ponto de tornar convincentes as cenas mais estranhas e improváveis.


De
Tibor Moricz

3- As noivas brancas – Rober Pinheiro

Quem tentar comparar o conto dele publicado na coletânea UFO (De amizades e restos de Sol) com esse, vai enxergar um abismo separando-os.

Uma história de resgate numa aventura Space Opera, cheia de ação, descrições elaboradas, cenário e ritmo bons. Muito bem escrito.


De

Jrcazeri

As Noivas Branca – Rober Pinheiro: dizer que As Noivas Brancas é uma space opera é menosprezar o trama, que bebe de várias fontes, da fantasia ao cyberpunk, na construção de uma aventura espacial impossível de parar de ler. Um grande trabalho de Rober Pinheiro.


JOCKer

domingo, 10 de outubro de 2010

Breve relato da ascensão do Papa Alexandre IX, Marcelo Ferlin Assami

No inicio parece ter tudo para ser o melhor conto, desde uma escrita mais complexa e não linear, até personagens e situações mais interessantes e de certa forma extremadas, caracteristicas que me agradam bastante.

Porém ao final da leitura se percebe que sobraram muitas pontas que não se atam, muitas passagens sem função, e que grande parte do que foi narrado é secundario, e a linha importante é na verdade bastante curta, acabam sobrando personagens e situaçãoes sem conclusão e até mesmo pouco desenvolvidas.

Muitos personagens (aparentemente complexos) + muitas situações + muitas tramas que prometem se interligarem para uma única conclusão que explicaria tudo e provaria que tudo foi minuciosamente planejado + um fim fraco que não explica quase nada e deixa muito sem explicação. São todas caracteristicas desse conto, e também de Lost, a impressão que tenho é que os autores não souberam lidar com a complexidade da situação que propuseram, por isso do desenvolvimento confuso e conclusão ruim.

Mas ainda sim gostei (mais que do outro pelo menos), se o texto pudesse madurar na gaveta por mais um tempo, acho que teria saido no ponto de um dos melhores contos que eu ja li, mas talvez a pressa tenha se provado inimiga da perfeição.

Aqui vão outras criticas sobre o conto:
(Vale lembrar que eu li-as depois de ja ter escrito isso, não copiei, e nem tive influências)



De Segue-se a esse conto linear e de leitura fácil outro que é o seu exato contrário. O Breve relato da ascensão do papa Alexandre IX, do também jornalista Marcelo Assami, é o mais complexo e intrigante da coletânea. Isto não tem nada de semelhante a jogar um game: é muito mais como decifrar um problema de palavras cruzadas dos mais difíceis, que exige conhecimentos sobre literatura do século XX (a começar por escritoras brasileiras), papas do século XV e XVI e libertinos do século XVIII, pelo menos, numa sequência nada linear de ações e eventos, cheia de saltos inesperados de tempo e ponto de vista e intrincados jogos de palavras. É preciso ler pelo menos duas vezes a história para captar a maior parte de suas ironias. Um prazer de outro tipo, bem construído e adequado como entretenimento – mas para um público bem reduzido.


De
Tibor Moricz

2- Breve relato da ascensão do Papa Alexandre IX – Marcelo Ferlin Assami

Esse conto me criou algumas dificuldades. Numa primeira leitura me senti meio perdido, sem referências. Comentei isso com o Erick e ele me disse que o conto merecia uma segunda leitura. Li novamente. Eu o considero bem escrito, com descrições e algumas imagens que surpreendem, mas senti falta de uma pedra angular que a tornasse mais sólida. Não tenho nada contra narrativas não lineares, desde que eu encontre nelas um fio condutor que me possibilite uma leitura sem dúvidas excessivas. Minha leitura se deu com desconforto. Faltou um contato mais efetivo entre eu e a trama.


De

Jrcazeri

Breve Relato da Ascensão do Papa Alexandre IX – Marcelo Ferlin Assami: temos aqui um verdadeiro desafio ao leitor. Não é um conto fácil de ler, mas, com um pouco de esforço, torna-se compreensível e, mais que isso, surpreendente. A trama não é tão envolvente quanto poderia, mas a apresentação é surpreendente.


jOCKER


A Torre das Almas, Eduardo Spohr

Primeiro conto, na verdade é uma otima introdução, um texto bastante simples e por causa dele, porém a impressão é que ele não faz parte do livro, é só uma introdução. RPGistico demais, durante o texto ele praticamente explica caracteristica do tipo do personagem, como se fossem classes de um RPG, cada um com suas habilidades.

Outra coisa é que o texto é muito mais agradavel para quem leu o romance deste autor, pois o conto tem muito dele, para quem não leu, parece uma historia sem importância, sem nada de mais, sem sal, pois ele começa e termina no meio de uma historia maior e isso é perceptivel claramente.

Geralmente não ligo para simplicidade na escrita, mas ela somada a uma historia fraca e a personagens planos coloca o conto no mesmo patamar de Harry Potter.


Aqui vão outras criticas sobre o conto:
(Vale lembrar que eu li-as depois de ja ter escrito isso, não copiei, e nem tive influências)



De

A coletânea se abre com A Torre das Almas, do jornalista Eduardo Spohr. É um exemplo de uma moda que cresce na literatura de fantasia juvenil e ameaça destronar a dos vampiros: histórias sobre anjos pouco angelicais. O primeiro romance de Spohr, A Batalha do Apocalipse, foi um dos sucessos mais comentados da Bienal do Livro de 2010, em São Paulo. Nestes dias pode ser visto em destaque em muitas grandes livrarias e em sétimo lugar na lista dos mais vendidos da revista Veja, à frente dos últimos Dan Brown e Stephenie Meyer. Entre autores brasileiros de fantasia juvenil, só André Vianco, o rei dos vampiros, teve sucesso comparável nos últimos anos. Nos dois casos, a simpatia pessoal do autor e seu esforço para promover a obra ajudaram nas vendas, mas com certeza há mais. Nenhum deles é particularmente criativo ou hábil com linguagem, mas sabem tocar alguma corda sensível do seu público.

Este conto, apresentado como “o primeiro spin-off (derivado) oficial de A Batalha do Apocalipse”, tem a típica estrutura de uma aventura de videogame ou de RPG tradicional, identificável desde as primeiras páginas: um pequeno grupo de heróis com diferentes habilidades topa com um mistério, encontra as pistas certas para o inimigo, enfrenta primeiro capangas menores e depois o terrível “chefe”, no seu reduto ao fim do labirinto.

Se fosse inspirado no jogo Dungeons & Dragons, teríamos tipicamente um guerreiro, um mago, um elfo e um anão; se a matriz fosse Vampiro: a Máscara, teríamos vampiros de diferentes “clãs. No caso deste conto, o modelo parece ser o RPG In Nomine (mais conhecido no Brasil pela versão publicada na linha GURPS, adaptada de um original francês). Neste, os personagens dos jogadores são anjos (caracterizados segundo uma interpretação peculiar das tradicionais hierarquias judaico-cristãs) que encarnam em corpos materiais sem deixar de reter capacidades especiais. Os corpos materiais não são invulneráveis, mas como bons personagens de RPG, estes têm direito a múltiplas vidas e podem retornar dentro de certas regras.

O conto obedece às mesmas regras. O grupo contém um hashmalim, “anjo da punição”, um ishim, guerreiro da “linha de frente do exército de Gabriel”, um querubim com “sentidos de predador” e uma serafim com poderes místicos para manipular a fronteira entre o mundo físico e o espiritual, conforme as explicações ao longo do texto. Esses nomes são plurais hebraicos: o hashmalim corresponde ao “domínio” da nomenclatura católica tradicional e o ishim ao “anjo” propriamente dito, o soldado raso da hierarquia angélica. Apesar da previsibilidade do esquema geral, as soluções particulares são suficientemente engenhosas para manter o interesse.

O atrativo para seu público está provavelmente na convergência (dentro da estrutura familiar dos games de aventura) do imaginário moderno da ação hollywoodiana com o de uma cultura religiosa tradicional ainda bem presente: encontram-se aqui céus, infernos e almas penadas, numa concepção pouco ortodoxa, mas não inteiramente estranha ao imaginário difuso do catolicismo popular brasileiro.

Por fantásticos que pareçam à primeira vista, o ambiente e a ação são familiares e a assimilação é fácil. Mesmo se, a julgar pela amostra, este autor se permite frases mais intrincadas e palavras menos comuns que, digamos, André Vianco, e personagens mais distantes dos gostos, sentimentos, inseguranças e hábitos de leitores adolescentes. Os anjos de Spohr parecem alheios à cultura pop e são objetivos e eficientes como um pelotão de fuzileiros de cinema. Funciona, enquanto a escrita for razoavelmente ágil, a narrativa consistente e os detalhes inesperados.

Fonte



De
Tibor Moricz

1- A torre das almas – Eduardo Spohr

Não conheço o livro de sua autoria A batalha do apocalipse, mas me parece que esse conto percorre o mesmo universo. Guerra de anjos contra anjos, com a ajuda de humanos. O conto tem um bom ritmo e cenas consistentes.

Fonte


De

jrcazeri

A Torre das Almas – Eduardo Sphor: Um spin-off de “A Batalha do Apocalipse”, que traz um grupo de anjos em ação para vencer um perigoso inimigo. Em uma narrativa breve, Sphor mostra o que sabe fazer de melhor: criar personagens interessantes, descrever cenas de ação e mostrar criatividade. É esse pique que espero ver em seus próximos trabalhos. Direto e cortante como uma espada sagrada.

Fonte



JoCKER

Finalmente

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Como disse no post anterior, tive problemas com essa aquisição. Mas ele esta aqui. Ele chegou.


Meu exemplar chegou dia 06/10, e ja estou lendo. Vou comentar conto a conto, de uma visão de quem , pois não sou crítico e nem sei como se faz uma critica, digamos, acadêmica. (Isso é sim uma justificativa para minhas opinião pessoais, e por ocasionais equivocos de minha parte).

Minha primeira impressão:

O livro é menor do que eu imaginava nas três dimensões, e melhor do que eu esperava em qualidade bruta (entenda encadernação e esses aspectos físicos)

JOcKER